Tic - Tac 1

Páginas viradas de momentos bons e ruins, esta sou eu sem ressalvas, medidas... e estes personagens que apresentei são parte ativa da minha vida, assim como outras pessoas, mas isso é um diário ao logo da minha trajetória até o dia da cirurgia vou falando deles também.

E para quem achava que esta gorda aqui não seria nada, se enganaram, pois eu fui Miss... Ha - Ha, chupa!

Voltando, depois de mais um episódio (mais um kkkk...) de comentários sobre meu peso... Me enfezei e fui pro quarto, peguei o notebook e comecei a pesquisar sobre redução de estomago, vi as novas técnicas e me encorajei a marcar uma consulta...deu certo, avisei todos em casa que mudaria ali minha história de vida.

Dia 11.06.2014 chegou o dia de ir à consulta, eu falava que iria colocar balão gástrico pra todo mundo kkkk, mentira meu foco era outro, bisturí.

É era chegada a hora de começar a reescrever minha história de vida, chorei e sorri a consulta foi muito melhor que do eu esperava e detalhe meu médico é o máximo,muito centrado e seguro do que nos passa, mas me fez três únicas perguntas das quais me marcaram muito... doeu ouvi-las e me remeteu a um passado de choros que eu jurava terem ficados pra trás.....veio tudo a tona....desabei na frente dele.

E foram estas as perguntas:

Há quanto tempo você não pesa menos de três dígitos?

Há quanto tempo, você não abotoa uma sandália, ou amarra um tênis sem quase “morrer”?

Seu órgão genital você sabe que esta ali por que você o toca, mas a quanto tempo não o vê?

Muitos me disseram, porque não deu um tapa na cara dele? Por que não virou as costas e foi embora? Porque não fez isso, ou aquilo... E blá blá blá!

Pelo simples fato de que, tudo que ele me perguntou, era absolutamente verdade... Só quem é gordo sabe o que é isso e o que representam estas perguntas. Chorei!

Passou o choro, e a decisão foi tomada, a minha preocupação não era em fazer a cirurgia, mas contar pra minha mãe, e ter o apoio dela... A mas ela relutou de início, choramos... Relembrei minha humilde vida, de tudo que já suportei e vivi até ali... Fiz ela compreender que como nunca foi gorda não consegue sentir ou pensar como um gordo, como já disse só quem está na pele pra entender.

Recuei, dei espaço pra ela, mas sempre incluindo ela nas conversas, respeitando o medo dela de mãe, pois precisava dela 100% nesta empreitada comigo.

Comecei os exames pré-operatórios, e logo de cara com o resultado dos exames de sangue me descobri diabética, baquiei...

O Endócrino me disse: “Marina, você tomou a decisão na hora certa, está se cuidando antes que seu peso a faça refém pra sempre”.